- Priscilla Pereira
- 19 de mai.
- 2 min de leitura

Quando pensamos em depressão, é comum imaginarmos alguém visivelmente triste, desmotivado ou sem vontade de sair da cama. Essa imagem existe, sim — mas está longe de ser a única forma com que a depressão se manifesta.
Vivemos em uma sociedade onde o adoecimento emocional muitas vezes aprende a se disfarçar. O sofrimento não some, mas encontra caminhos silenciosos para se expressar: na irritação constante, na exaustão que não passa, no isolamento social disfarçado de “eu só gosto de ficar na minha”, nas compulsões por comida, compras ou redes sociais.
E o mais preocupante: muitas dessas manifestações são normalizadas ou até incentivadas pela cultura do “dar conta de tudo”.
Os sintomas nem sempre óbvios
Você sabia que depressão pode se parecer com:
Cansaço crônico, mesmo dormindo bem?
Falta de prazer em coisas que antes você gostava?
Sensação de vazio, irritação ou “explosões” emocionais?
Desinteresse por vínculos, festas, hobbies — sem motivo aparente?
Dificuldade de concentração, memória ou foco no trabalho?
Nem sempre é tristeza no sentido clássico. Às vezes é apenas um silêncio interno que vai crescendo, pedindo atenção.
A depressão “funcional”
Muitos dos meus pacientes chegam dizendo: “Não posso estar com depressão, eu levanto todo dia, cuido dos meus filhos, entrego o que preciso”. Mas a verdade é que estar funcional não significa estar bem.
A chamada depressão funcional é aquela em que a pessoa continua mantendo sua rotina, mas por dentro sente um peso enorme, como se a vida estivesse sem cor. Ela cumpre obrigações, mas não vive com presença. Ri, mas sente-se vazia por dentro. É um tipo de sofrimento muito solitário — porque nem quem está perto percebe o que está acontecendo.
Modernizar a escuta
A forma como olhamos para a saúde mental precisa acompanhar as transformações da nossa época. Hoje, vivemos conectados, pressionados e distraídos. Somos ensinados a render, mas não a sentir. Falamos sobre burnout, ansiedade, estresse — mas ainda tememos encarar a palavra “depressão”.
Mais do que rotular, precisamos ampliar o olhar: perceber quando algo em nós está pedindo ajuda, mesmo que não se encaixe nos “sintomas clássicos”.
Um convite ao cuidado
Se você se identificou com essas sensações — o cansaço que não passa, o vazio no meio da rotina, a sensação de que algo está fora do lugar — saiba: você não está só. E não precisa esperar “piorar” para procurar ajuda.
A psicoterapia é um espaço de escuta e reconstrução. Um lugar seguro onde você pode, com calma e respeito pelo seu tempo, entender o que está sentindo e começar a reencontrar caminhos mais leves.
✨ Se quiser começar esse processo comigo, será muito bem-vinda(o).Vamos juntas(os) transformar esse silêncio em cuidado e clareza.