top of page
  • Foto do escritor: Priscilla Pereira
    Priscilla Pereira
  • 16 de jul.
  • 3 min de leitura
mulher se olhando no espelho

🧩O vazio que ninguém vê: autoestima e a sensação de não ter um lugar no mundo


Você já se sentiu estranho em lugares onde “era para se sentir em casa”? Já se perguntou por que parece tão difícil se sentir pertencente — mesmo rodeado de pessoas?


Essa sensação de estar sempre um pouco deslocado, de não ter um lugar que te contenha verdadeiramente, é mais comum do que parece. E, na maioria das vezes, ela não vem de uma “fragilidade emocional”, mas de experiências precoces que marcaram profundamente a forma como você passou a se ver e a se sentir no mundo.


💡 O que há por trás da autoestima?


Muito se fala em autoestima como algo que pode ser desenvolvido com frases de motivação, elogios ou autoconhecimento. Mas, na perspectiva clínica, ela está diretamente ligada à forma como fomos vistos, cuidados e sentidos nos nossos primeiros anos de vida.

O psicanalista Donald Winnicott nos ajuda a entender que a autoestima não é um “comportamento aprendido”, mas sim um estado de ser que emerge quando o ambiente foi suficientemente bom para sustentar a experiência de existir como um eu verdadeiro.

“O indivíduo sente-se real, e isso significa que ele se sente vivo e tem uma continuidade de ser.”— Winnicott, 1965, “O brincar e a realidade”

Quando essa experiência de ser é interrompida — por negligência emocional, rejeições sutis, exigências precoces ou mesmo por ausência de um cuidado sensível — a criança precisa desenvolver um “eu adaptado”, que aprenda a ser o que os outros esperam. É aí que começa a desconexão.


😶‍🌫️ A dor silenciosa do "eu adaptado"


Esse “eu adaptado” é uma estrutura que serve como defesa, mas que pode acabar virando prisão. A pessoa aprende a funcionar bem, a agradar, a desempenhar papéis sociais, mas carrega dentro de si um sentimento persistente de não se sentir inteira, autêntica, viva.


E isso se reflete diretamente na autoestima. Afinal, como alguém pode se sentir valioso se nem mesmo se sente real?


Essa é uma dor silenciosa, muitas vezes invisível até para quem sente.


Pertencer começa por ser visto


O sentimento de “não ter um lugar no mundo” está muito ligado à falta de um espaço psíquico onde a pessoa tenha sido acolhida em sua singularidade. Em outras palavras, não basta estar em um grupo, em uma família ou em um relacionamento — é preciso ser sentido e reconhecido como alguém que existe com valor próprio.


Winnicott fala que é no olhar do outro — principalmente da mãe ou cuidador — que o bebê aprende a se ver. Esse processo é chamado de função espelho:

“Quando olho, sou visto e, portanto, existo.”— Winnicott, 1971

Se esse espelho foi distorcido ou ausente, cresce a sensação de vazio, de inadequação, de não saber quem se é de fato. E muitas vezes isso se perpetua nas relações adultas, com repetições de vínculos em que a pessoa continua não sendo verdadeiramente vista.


🌱 Reconstruir autoestima é reconstruir o espaço de ser


A psicoterapia, especialmente quando feita com um olhar sensível à história emocional do paciente, pode funcionar como esse ambiente suficientemente bom que faltou lá atrás.

No setting terapêutico, não se trata de “corrigir comportamentos”, mas de oferecer espaço para que o verdadeiro self tenha chance de emergir — e, assim, a autoestima deixe de ser um esforço e passe a ser um estado natural de existência.

“É no espaço potencial, entre a realidade interna e a externa, que o self se desenvolve.”— Winnicott, 1971

Esse processo não é mágico, nem instantâneo, mas é profundamente transformador. Quando alguém começa a se sentir autorizado a existir como é, o mundo interno muda — e o mundo externo deixa de parecer tão ameaçador ou desencaixado.


🤝 Um convite para seu processo


Se você se identificou com esse texto, saiba que não está sozinho(a). Muitas pessoas vivem desconectadas de si mesmas, sentindo que não pertencem — quando, na verdade, apenas não encontraram ainda um espaço onde possam ser plenamente.


Se você sente que chegou o momento de construir esse espaço com alguém que te escute com profundidade e cuidado, te convido a iniciar um processo psicoterapêutico comigo.

Juntos, podemos construir um caminho de volta para você mesmo(a) — com acolhimento, segurança e respeito pelo seu tempo e pela sua história.



 
 
mulher blusa azul
whats app

(11) 94600 2194

Como chegar

Endereço: Av. Ceci, 2211 - Planalto Paulista - SP-  (Próximo ao metrô São Judas - linha azul)

cérebro florescendo

Priscilla Rodrigues

CRP  06/100799

Contato: (11) 94600 2194

e-mail: priscillarodrigues190@gmail.com

Endereço: Av. Ceci, 2211 - Planalto Paulista - São Paulo (Próximo ao metrô São Judas - linha azul)

bottom of page